Lula recebe ditador da Venezuela e presidentes em série de reuniões no Brasil
O ditador venezuelano Nicolás Maduro desembarcou na noite de domingo em Brasília com os objetivos de se reunir com o Luiz Inácio Lula da Silva e participar de uma cúpula na terça-feira (30) com dez chefes de Estado da América do Sul. A cúpula foi organizada pelo Itamaraty com o argumento de criar o que a pasta chama de “um diálogo franco” entre os países.
Quase todos os presidentes da América do Sul vão marcar presença em cúpula coordenada pelo governo brasileiro.
Maduro deve ter um encontro bilateral com Lula na segunda-feira (29) no Palácio do Planalto. A entrada do ditador no Brasil estava oficialmente proibida até o fim do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas a determinação foi revogada porque Lula queria convidá-lo pra sua posse em janeiro. O encontro não aconteceu porque Caracas não conseguiu organizar a viagem a tempo, depois que a restrição a Maduro foi levantada em dezembro de 2022.
No início do mês de março, o assessor especial do Lula, Celso Amorim, foi até o país e se encontrou com o ditador venezuelano. À época, Maduro disse que o Brasil e Venezuela estavam “comprometidos com a renovação de acordos de união e solidariedade”.
Na semana passada, o Itamaraty também enviou uma equipe da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) ao país para “identificar temas de cooperação bilateral”.
Em nota, a pasta informou que a equipe passou três dias na Venezuela e a interação fazia parte de um programa do governo para voltar a criar laços com outros países. Porém não é possível saber se há algum novo motivo que leva o Brasil a se aproximar da Venezuela além da identificação ideológica entre Lula e Maduro.
Dados do Observatório das Migrações Internacionais apontam que cerca de 400 mil venezuelanos fugiram de seu país para o Brasil desde 2017 devido à pobreza e repressão política que compõe o cenário da ditadura de Maduro, sucessor político de Hugo Chávez (1954_2013). A maioria deles foi recebida na Operação Acolhida.